Ainda me recordo do sacrifício e do pânico que tinha de entrar neste espaço. Tirando a simpatia da D. São ou do médico ou enfermeiro que me atendia, tudo o resto não era nada agradável para mim. Quando lá ia, sabia que estava doente ou porque ia levar uma vacina, coisa que detestava. Por mim, menos vezes lá fosse melhor.
Agora passado uns valentes anos e consciência ganha, quando olho para este edifício já não penso da mesma forma, quem me dera lá voltar a entrar. Significava que tinha um espaço que cuidava de mim, quando precisasse e aqui tão perto. Mas não apenas de mim, significava que a minha terra tinha um espaço que cuidava de algo tão essencial para a nossa existência, a nossa saúde.
Mas não basta estar lá o edifício, pois quem faz o edifico e significado que ele tem são as pessoas. E um Posto Médico, não é um Posto Médico se lá falta, o médico, o enfermeiro e claro a simpatia da Dona São.
O acesso aos cuidados de saúde devia estar disponível a todos os cidadãos, sem excepção, e a Meia Via merece e devia voltar a ter um médico de família. A Meia Via tem sim cuidados de saúde perto, em Torres Novas e no Entroncamento. Mas a proximidade da Meia Via aos centros urbanos não pode servir de desculpa para tudo, e todos temos o direito a ter serviços essenciais perto de nós.
O Posto Médico da Meia Via esteve envolvido há uns tempos, numa grande polémica, sobre a quem era pertença o edifício.
Mas eu não vou entrar nessa discussão. Aquilo que apenas me interessa, e que é o mais importante, é que ele devia ser devolvido a todos os Meiavienses num futuro próximo. O melhor seria voltar a ter o Posto Médico como todos já o conhecemos, e para que os mais novos que não conheceram saibam o significado do que está lá escrito. Se isso não for possível, que volte na mesma a estar aberto a todos, servindo a comunidade, o povo da Meia Via, como sempre o fez durante anos, seja com médico ou com outro serviço qualquer.
Fábio Carvalho
www.noticiasdameiavia.blogspot.pt
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