Os menos conhecedores da história da nossa cidade já se devem ter perguntado quem era Manuel de Figueiredo e porque o seu nome vigora ainda hoje numa das escolas.
Este ano a Feira que vai decorrer de 1 a 4 de Junho em Torres Novas vai nos contar a sua história. A 15 de Julho de 1608, Manuel de Figueiredo tomou posse do cargo de cosmógrafo-mor do reino.
Cosmógrafo-mor era o mais alto cargo da função pública, do Reino de Portugal que se dedicava à cosmografia.
Manuel de Figueiredo nasceu em Torres Novas em 1568 e faleceu em 1630. Foi discípulo do matemático Pedro Nunes e cosmógrafo do Reino.Tornou também insigne professor de Matemática, Cosmografia, Astrologia, Aritmética e Arte de Navegação.A Matemática, a Astronomia ou a Física foram particularmente estudadas por ele que deixou uma grande obra neste campo, hoje na grande maioria raríssimas de encontrar.
O seu vasto saber granjeou-lhe tal reputação que muitos sábios estrangeiros se têm ocupado do seu nome com elogio, incluindo-o no número de matemáticos mais dignos de memória. A sua obra científica é vasta e importante.
“Chronographya, Reportório dos Tempos”, dividido em 10 partes nas quais se contam “Esfera”, “Cosmografia e Arte de Navegação”,”Astrologia Rústica e dos Tempos”, Prognósticação dos eclipses e sementeiras”, “O Calendário romano com os eclipses até (1)630” e “O uso da fábrica da Balhestilha e quadrante geométrico, com um tratado dos relógios”.
Dominou, por isso, a Arte de Navegar e em 15 de Julho de 1608 é nomeado cosmógrafo do Reino, o 4º a exercer tal cargo e fá-lo a nível interino substituindo João Baptista Lavanha.
Escreveu:
Este trabalho constitui um tipo de almanaque com títulos à semelhança de outros autores, mas valorizado por vários comentários e diferenças de apreciação técnica.
Foi impresso em Lisboa em 1603, constituindo uma raridade.
“Hydrographia, Exame de Pilotos” é um trabalho que contém regras que todo o piloto deve conhecer e respeitar para uma melhor navegação. Apresenta Roteiros de Portugal para o Brasil, Rio da Prata, Guiné, S. Tomé, Angola e Índias Portuguesas incluindo igualmente as Américas de Castela. Estes roteiros náuticos escritos com base em antigos textos foram de grande utilidade para a época. Apresenta, igualmente, uma “Tábua de Apartamento do Sol ao Nascer de Leste e Oeste e ao Pôr em Qualquer Altura”, o que constitui ainda a base de hoje.
Foi impressa pela 1ª vez em 1609 e teve mais três edições, 1614, 1625 e 1632.
É obra rara e muito estimada.
Roteiro e Navegação das Índias Ocidentais. Ilhas Antilhas e mar Oceano Ocidental, com suas derrotas, sondas, fundos e conhecenças, etc. – Imprensa em Lisboa, no ano de 1609.
De carácter um pouco diferente, publicou: “Prognóstico do Cometa que apareceu em 15 de Setembro de 1604”.
Impresso em Lisboa no ano de 1605.
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