“Esta Noite Improvisa-se” de Luigi Pirandello é a peça que o
Teatro Meia Via vai estrear no
sábado, dia 23 de março, às 21h30, no Teatro Virgínia, em
Torres Novas
Da sinopse lê-se o seguinte: «O anúncio nos jornais e nos
cartazes de um espetáculo insólito de improvisação a partir de um esboço de
historieta provocou grande curiosidade em toda a gente. Só os senhores críticos
dramáticos dos jornais locais a não deixam entrever, porque crêem amanhã poder
vir facilmente a afirmar que se trata de um enorme pastiche...»
A peça é uma obra do dramaturgo Luigi Pirandello, laureado
com o Prémio Nobel da Literatura em 1934.
A peça
Um encenador, em noite de estreia, pede um espetáculo de improviso
aos seus atores. A encenação, uma comédia, retrata o conflito entre o encenador
e atores depois da solicitação.
A peça foge do palco em vários momentos. Os atores
contracenam em palco, mas também fora dele. Exxistem cenas que se passarão nas
bancadas laterais do Teatro, lado a lado com o público e mesmo a certa altura a
encenação decorrerá em simultâneo no palco e no foyer do Teatro Virgínia, onde
o público se poderá deslocar para assistir a esses atos da peça.
Aos atores o encenador/ator pede que encarnem totalmente os
seus papéis.
"Esta Noite Improvisa-se" é uma peça que prima
pela diversidade de géneros, desde o drama até à comédia.
A peça "Esta noite improvisa-se" de Luigi
Pirandello tem encenação de Elsa Vieira e como assistente Ana Mota.
Cabe assim a Elsa Vieira, também membro da direção do Teatro
Meia Via orientar um vasto elenco de mais de vinte atores, sendo uma das
principais dificuldades reunir as duas dezenas de atores no mesmo ensaio.
O Almonda foi convidado a assistir ao ensaio realizado no
Teatro Virgínia, no dia 1 de março e pode assegurar que a estreia promete uma
grande e animada noite de teatro de grande qualidade.
“É uma peça com quase duas horas de espetáculo, com um
elenco enorme, que requer uma preparação que não é fácil. Gerir vinte pessoas
em palco, que são amadores, tem as suas «dificuldades.
Apesar da peça ter sido escrita em 1929, o espaço temporal
não está definido pelo que se aplica muito bem à atualidade.
Ao longo da peça são apresentados os ensaios da própria
peça. O ator interpreta a personagem e interpreta-se a si próprio como ator”,
explicou Elsa Vieira ao nosso jornal.
O amor ao teatro
Uma peça que aparenta um elevado grau de exigência e
capacidade de memorização, porém, nas palavras da encenadora”todos cá estamos
com muito gosto. Claro que há sempre uma boa dose de sacrifício. Todos deixamos
alguma coisa para trás para vir ensaiar, mas gostamos realmente disto”.
Os ensaios começaram em outubro, e desde há semanas para cá
têm sido realizados diariamente para que tudo esteja pronto no dia da estreia.
Sendo a maior parte dos atores naturais ou residentes na
Meia Via, um pouco como vai acontecendo com as outras peças levadas a palco,
houve espaço para a entrada de atores cujos rostos não são tão comuns nos
elencos anteriores. O facto de ser uma grande elenco, não foi por acaso, e Elsa
explica porquê.
“No decorrer das Feiras de Época, o Teatro Meia Via convida
sempre muita gente nova para colaborar connosco e essas pessoas têm manifestado
vontade de participar em peças de teatro, e sendo o Teatro Meia Via um grupo
amador, não tem uma atividade assim tão vasta que se consiga um papel para
todo. Esta peça, sendo um grande elenco oferece essa oportunidade de um grande
número de atores vir a palco”.
Os atores com uma faixa etária abrangente que vai dos 14 aos
68 anos, todos eles encarnam o papel com
seriedade, exigência e compromisso.
Às portas de mais um
aniversário, o reconhecimento
E desta vez a estreia desta peça que marca o ano de 2019 e
assinala também o 18.º aniversário do Teatro Meia Via, em abril próximo não
será no Teatro Maria Noémia, a casa que é tão querida a este grupo, mas será na
grande sala de espetáculos do concelho de Torres Novas, o Teatro Virgínia, e a
direção do Meia Via agradece este reconhecimento e esta oportunidade.
“Agradecemos ao Teatro Virgínia este convite. É o
reconhecimento do trabalho que temos vindo a realizar”
Liliana Domingos, atual presidente do Teatro Meia Via, que
não quis avançar se se vai recandidatar a mais um mandato, quando as eleições
estão mesmo à porta, salientou que esta estreia “é mais um marco histórico no
percurso deste grupo e na sua experiência.
“Uma coisa é a sala do Teatro Maria Noémia, que adoramos”,
frisou, “outra é esta sala de espetáculos. Vamos mostrar que afinal também há
teatro em Torres Novas. Não somos profissionais porque não conseguimos ter o
ritmo das companhias profissionais, mas há aqui muita carolice e muito gosto
pelo teatro. Este grupo prescinde de muita coisa para aqui estar. Estamos todos
porque queremos muito estar”.
Liliana destacou ainda a disponibilidade por parte de Elsa
Vieira que aceitou sem hesitar o trabalho de encenar esta peça, um feito que a
direção muito agradece.
“É de uma disponibilidade enorme da parte da Elsa ter aceite
este desafio. Já tinha encenado “Felizmente há Luar” e agora acompanha
novamente o grupo como membro da direção e acumulando o facto de ser
encenadora. É o exemplo máximo do que é fazer as coisas com amor. Tem todo o
mérito”, frisou ainda.
As expetativas para a grande noite de estreia são humildes.
Não esperam casa cheia, mas gostariam de ter a sala completa.
O convite é desde já dirigido a todos os torrejanos pelo
teatro Meia Via, que afinal de amador só a designação, pois pela experiência
que vem de trás, já mostraram e provaram ser verdadeiros profissionais.
O Teatro Meia Via
O Teatro Meia Via - Associação Cultural de Torres Novas, foi
fundado em 19 de abril de 2001, numa consolidação da atividade teatral que já
se desenvolvia na aldeia da Meia Via, concelho de Torres Novas, há cem anos e
com maior regularidade desde os anos 80.
A sua atividade centra-se sobretudo na produção própria de
espetáculos e leituras encenadas, na formação de atores e na divulgação e
apresentação de iniciativas, privilegiando o concelho de Torres Novas e as suas
Associações.
Os bilhetes têm o custo de 7,5€ (sendo aplicáveis descontos)
e podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Virgínia (segunda a sexta das
15h às 18h30), em www.bol.pt e nos pontos de
venda Fnac e Worten.
Célia Ramos
Jornal O Almonda