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| Imagem de Nossa Senhora de Monserrate, Padroeira da Meia Via |
No
livro de Joaquim Rodrigues Bicho intitulado “Torres Novas, Festas
populares de tradição Religiosa” encontra-se alguma informação sobre a
nossa padroeira.
“É
mais uma invocação de Nossa Senhora, com origem na pequena montanha de
Montserrat, da Catalunha, nos arredores de Barcelona (…) Remontam ao
século IX as primeiras notícias de uma capela dedicada à Virgem naquele
local. Durante a idade média os monges beneditinos edificaram mosteiros
nos picos mais altos de Montserrat, que vieram a ser abandonados aquando
das pilhagens das tropas napoleónicas. Mas há muito que o Santuário,
com a imagem do século XII da Virgem Negra (La Morenata) ou Senhora de
Montserrat, que se diz aparecida naquela montanha, era centro de
peregrinações. Com a proclamação da Virgem de Montserrat pelo Papa Leão
XIII como padroeira da Catalunha, atingiu o Santuário a sua actual fama
(…)
Os
Portugueses levaram-no para o Brasil, India, Macau, Filipinas. E em
Portugal, Nossa Senhora de Monserrate é orago de uma das freguesias de
Viana do Castelo, e tem imagens espalhadas pela arquidiocese de Braga e
uma bonita capela em Lisboa.”
Festas em Honra de Nossa Senhora de Monserrate
Meia
Via festeja Nossa Senhora de Monserrate a 15 de Agosto, já houve em
tempos uma festa em sua honra, com o objectivo de angariar fundos para a
construção de um novo templo e outras, mas foi uma tradição que se
perdeu.
Conta Joaquim Rodrigues Bicho no seu livro em arquivo do Jornal O Almonda: “As
festas de meados de cinquenta a fins de sessenta, em honra de Nossa
Senhora de Monserrate, sua padroeira, canalizam já seus proveitos para a
construção do templo.
Com
alvorada de girândola de foguetes, salva de morteiros, música, boas
festas aos habitantes, e recolha de fogaças, se inicia a festa que
prossegue, a meio do dia, na missa solene, sermão e procissão com as
imagens veneradas no templo, confrarias de Nossa Senhora de Monserrate e
do Espirito Santo, Cruzada Eucarística. De tarde, verbena em beneficio
da nova Igreja, quermesse monumental e leilão de valiosas prendas, entre
as quais ofertas da vila de Alcobaça, exposição de bordados, arraial
com concerto pela banda, quermesse, tômbola, venda de fogaças e de
bolos, sardinha assada, petiscos, bufete, cerveja, adega regional, café,
barraca de chá e fim do dia com fogo de artificio.”.
A
festa de 1941 faz-se preceder, às dezoito horas de sábado, de arruada
com a comissão de festas, acompanhada pela banda, a dar as boas festas
aos seus habitantes, e de arraial pela noite adiante, a de 1964, de
cortejo de fogaças e oferendas às dezanove horas com a colaboração das
crianças em representação dos diversos bairros, arraial com variedades,
cânticos, danças regionais pelos diversos grupos de crianças e por um
coral misto; a de 1968, de desfile de oferendas para as obras da igreja,
ao fim da tarde, acompanhado pela banda e com a actuação graciosa de Os
Gringos até de madrugada.
A festa desenrola-se, habitualmente, em dois dias, mas 1957 estende-se por quatro (…)
A
festa tem a colaboração continuada da Sociedade Filarmónica Euterpe
Meiaviense e, ocasionalmente, das bandas de Riachos e Operário
Torrejana, do Conjunto Os Gringos, de Abel Sá e de ranchos folclóricos
locais.
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| O andor de Nossa Senhora de Monserrate na Procissão do Divino Espírito Santo |
Fontes:
Joaquim Rodrigues Bicho, Torres Novas: Festas Populares de tradição religiosa (1920-1970)
Jorge Carreira Maia, #2 Crónicas Torrejanas


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