A abstenção é o pior inimigo da democracia, digo-o sem rodeios.
Estão aí as eleições autárquicas e apesar de estas serem umas eleições mais participativas a abstenção ainda faz mossa. Nas últimas autárquicas apenas 57% dos eleitores inscritos na Meia Via foram às urnas. E metade votaram nas presidenciais.
A Meia Via tem aumentado o número de eleitores mas infelizmente o número de abstenção continua a ser expressivo.
Nas primeiras eleições autárquicas realizadas na Meia Via, a freguesia contava com 1401 eleitores, o máximo de eleitores que alguma vez já teve. A partir desse ano, o número de votantes na Meia Via teve altos e baixos. Chegámos a 2017 com 1360 eleitores inscritos, menos 41. Em 2009 registou um pico de 1390, mais 19 eleitores do que a Meia Via tem atualmente.
Ainda assim, isso não se traduziu em votos. Em 2009, desses 1390 votaram 910, menos um eleitor que em 2005 com 1360 eleitores inscritos.
Em 2013 e 2017 votaram 760 e 787 eleitores, respetivamente.
Os número de eleitores na Meia Via voltou a subir estando inscritos para as autárquicas do próximo dia 26, 1371 eleitores. Teremos mais 11 eleitores que nas últimas autárquicas.
Há quem não se consiga decidir e por isso utiliza o voto em branco. Quem vota em branco não se consegue decidir, mas ainda assim foi lá, votou, e marcou uma posição. Na Meia Via, em 2001 houve 21 votos em branco. O mesmo número de indecisos na eleição de 2009. Em 2017 o número de Meiavienses que deixaram o boletim em branco já foi maior, com 38 votos.
Há ainda muitos votos que caem no lixo. São os chamados votos nulos que por diversos motivos não contam. Como os boletins onde tenha sido assinalado mais de um quadrado ou haja dúvidas sobre qual o quadrado assinalado. Tenha sido assinalado o quadrado correspondente a uma candidatura que tenha sido rejeitada ou desistido das eleições, tenha sido feito qualquer corte, desenho ou rasura ou tenha sido escrita qualquer palavra.
Esses votos também são expressivos e se refletem depois no resultado eleitoral. E engana-se quem pensa que não faria diferença.
2001 foi o ano em que se registou menos votos nulos, tendo sido 10. O pior ano de sempre foi a eleição de 2013 onde se contou 32 votos nulos.
Engane-se quem achar que estes votos não poderiam fazer diferença. De facto na Meia Via não alterariam vitórias. No entanto, os 32 votos nulos teriam dado muito jeito à CDU em 2013 para eleger um representante para a Assembleia de Freguesia. Ou aos outros partidos para roubar mais um representante ao PS.
Estes votos são importantes e quem realmente se importa deve ter atenção para não desperdiçar o seu voto, as vezes por uma simples falta de atenção.
O voto é importante. É um direito conquistado, que todos devemos utilizar. Como é obvio e por vivermos numa democracia também não podemos obrigar ninguém a ir votar. Mas podemos sempre lembrar que através do voto elegemos quem nos vai representar, quem vai fazer escolhas por nós, todos os dias. Quem vai decidir o futuro dos lugares que escolhermos para vivermos a nossa vida.
A democracia dá-nos a opção de escolher entre várias opções. Por isso vamos escolher, escolher bem. Se foi a escolha certa o futuro o dirá mas pelo menos escolhemos, demos a nossa opinião. Mas ganhou a democracia.
ABSTENÇÃO - ELEIÇÕES AUTARQUICAS
FREGUESIA DE MEIA VIA
2001
Inscritos - 1401
Votantes - 972 (69,38%)
Brancos - 21
Nulos - 10
2005
Inscritos - 1360
Votantes - 911 (66,99%)
Brancos - 39
Nulos - 20
2009
Inscritos - 1390
Votantes - 910 (65,47)~
Brancos - 21
Nulos - 22
2013
Inscritos - 1384
Votantes - 760 (54,91%)
Brancos - 35
Nulos - 32
2017
Inscritos - 1360
Votantes - 787 (57,87%)
Brancos - 38
Nulos - 20
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